quinta-feira, 28 de junho de 2012


Diálogos de Henry e Dorian Gray.

"Não existe vergonha no prazer, Senhor Gray. O homem deve ser feliz, mas a sociedade quer que ele seja bom. E quando ele é bom, raramente ele é feliz. Mas quando se é feliz, é sempre bom. Você quer ser bom, Senhor Gray, e feliz também não é?"

sexta-feira, 22 de junho de 2012


“O ser humano definitivamente é um ser social, sua integração com o mundo se dá através de suas relações, seja com pessoas, animais ou objetos. Porém, o fato de se ter esta necessidade conectiva, não significa conseguir desempenhar bem tal ato, pois quando se trata de se relacionar, o ser humano é um tanto pragmático ao melhor estilo maquiavelista, ou seja, os meios pelos quais um relacionamento se desenvolve só terão validade se no fim o efeito alcançado seja o esperado pelos amantes, pois toda vez que uma pessoa entra num relacionamento o seu pensamento é que tal acordo dure até o fim de sua existência e, quando isso não acontece, todos os momentos e transformações vividas durante o percurso tendem a perder seu valor. O fato é que ainda não entendemos que os relacionamentos não se valorizam por sua duração, mas sim por sua intensidade e teor de transformação”.    

Batman ou Coringa, eis a questão!
Tem-se uma coisa que é verdade, quando se está no fundo do buraco, você consegue fazer a melhor auto-avaliação possível. No meu ponto de vista, “quem sou eu” é uma pergunta que têm varias respostas, tudo depende do momento em que se é feita essa pergunta. Neste momento eu sou alguém que por toda a vida buscou uma pitadinha de altruísmo, bem ao estilo “herói”, mas não me sai muito bem nessa tarefa, pelo contrario, fiz mais vitimas do que salvamentos. Não sei como, mas envolvi amigos e pessoas queridas em meus problemas, os quais eu não esperava ter nessa altura da vida.  Diante disso, decidi nesse momento desativar "a torre de vigilância". Talvez não me torne um vilão, mas também não serei para alguém o “herói” que não tenho certeza que consigo ser.  

Felicidade x Euforia

A felicidade vem em pequenos instantes, porém esses momentos são compassados, chegando a dar a impressão de serem plenos. Pode-se entender a felicidade como algo mais no âmbito do pensar e refletir, ou seja, um tipo de afeto nostálgico que tem o poder de transportar pessoas para mundos particulares, onde elas podem naquele instante de vida, estar alegres sem se exaltar ou se prejudicar. A euforia é um sentimento ao melhor estilo Big Bang, pois é explosivo afetivamente e não é passível de entendimento. Isso é um tanto perturbador, pois quando se está eufórico se faz coisas que normalmente não se costuma fazer, se porta diante das pessoas de maneira agitada e muitas vezes agredindo os sentimentos e morais alheias.
Ser feliz é interiorizar um êxtase, de forma que o sentimento seja trazido para seu âmago, para que desta maneira exista uma implosão afetiva sem danos secundários para o eu e para o outro. Já a euforia é uma explosão praticamente impossível de ser controlada, é como se ao invés de trazer pra dentro de si os bons fluidos para se manter feliz, a pessoa os expulsasse de forma desordenada e caótica, machucando todos que estejam no seu raio sentimental.
"Na maioria das vezes que pensamos estar felizes, na verdade estamos eufóricos e, isso é perigoso para nós e para os outros".     

quinta-feira, 21 de junho de 2012


Viver é o ato de “conjugar” a existência sempre na primeira pessoa...
...do plural. (HFL)  

terça-feira, 19 de junho de 2012


“Todos os passos existenciais de um homem são analisados por uma serie de preceitos internos que vão desde o coração até o ponto mais extremo de sua mente, porém a decisão final é tomada pela cabeça de um "juiz peniano" que não abre mão de ser alheio a todo esse sentimentalismo”.  HFL

segunda-feira, 18 de junho de 2012


"Como lidar com a liquidez da minha vida?
Sentimentos pairam sobre a palma da minha mão,
Mas quando a fecho e os tento segurar,
Tudo se esvai, machucando pessoas que mereciam estar solidificadas dentro do meu coração".

domingo, 17 de junho de 2012



Fragmentos Freudianos.


“Aquele que tem ciência e arte, tem também religião:
o que não tem nenhuma delas, que tenha religião”. Goethe

No texto “O Futuro de uma Ilusão”, Freud diz que a religião nos é imbricado ainda quando crianças, pois nessa época a nossa percepção ainda não dá conta de separar o real da fantasia, como se fosse uma espécie de sincretismo. Quando adultos mesmo com uma capacidade maior de filtrar tais informações, ainda assim não se torna facial se livrar dessa simbiose, pois a mente humana é a única peça no mundo capaz de guardar no mesmo espaço dois objetos, sendo que numa espécie de paralaxe* se pode ver qual objeto se deseja, ou seja, dependendo do ângulo de observação se tem o pensamento desejado.  Para se entender bem essa idéia, tem-se que ater ao principio da nossa necessidade de uma religião ou de um deus. Essa necessidade parte dos primeiros homens, porém fica mais fácil se inicialmente explicada com exemplos da nossa infância. A criança ao nascer tem como ser único e protetor a mãe, pois esta lhe oferece o peito findando assim o seu desprazer. Com um pouco mais de idade, o pai se torna o legitimo representante dessa proteção, pois ele se faz como o ser mais forte na pequena sociedade conhecida pela criança, portanto há na criança essa necessidade de se agarrar a um ser que seja superior a ela e, que exerça esse papel de protetor e agente combatente do desprazer. Em relação à necessidade de religião nos primeiros homens o principio é o mesmo, pois por não entender e temer a natureza e todas as suas ações, o homem precisou humanizá-la, talhando-a de forma que a mesma tivesse a representação de um pai, de um ser superior que mesmo agindo muitas vezes com certa agressividade e de forma nada transparente sempre tem como finalidade o bem do seu filho.  Desta forma podemos entender que essa necessidade da religião não passa de uma eterna infantilização, ou seja, uma eterna minoridade.*
Num outro texto Freud diz que o ser humano teve de se abdicar de sua liberdade em troca de segurança para que assim pudesse viver em sociedade, agüentado assim as convenções sociais da grande e estúpida massa, fato que se agravou mais ainda com o capitalismo, pois passou a se viver numa espécie de estimulo resposta, algo meio técnico que ceifou boa parte dos afetos humanos em prol da concentração no aumento de capital.  Nesse momento ele explica que a Arte na vida do homem tem o papel de dar a ele, mesmo que seja por um pequeno instante uma recompensa por ter de entregar tais prazeres. Não são todos que podem ter tal agrado, pois tem que se ter certo entendimento artístico, ou uma espécie de alma privilegiada do ponto de vista cultural para se obter tal prazer, coisa que o próprio Freud explica em outro texto. 
Voltando a frase de Goethe, podemos entender que o homem que não tem essa necessidade da religião, ou seja, o homem que “cresceu” e deixou de lado a sua infantilidade, têm a Ciência e a Arte como fatores agregadores da sua vida, como formas de preencher todo o vazio da existência, como formas de viver a vida nela mesma, pois não se tem respostas pra a famosa pergunta: “Afinal qual é o sentido da vida?”.  Coisa que quem tem a religião como fuga não tem necessidade, pois a religião lhe dá todas as respostas, tanto da vida em si, quanto da vida depois da morte, fazendo-o aceitar uma vida penosa em troca de uma vida transcendente.
Chego agora num ponto preocupante. Nos dias atuais a arte ou as artes estão cada vez mais acessíveis a todas as camadas sociais, devido o encurtamento do tempo e espaço que as redes sociais nos proporcionam, afinal vivemos da era das informações. Desta maneira há de se concordar que tudo se torna muito fútil nesse novo mundo, inclusive a Arte. Então me pergunto se essa quebra de barreiras entre as artes e os amantes, ou seja, toda essa nova ponte criada tem uma boa finalidade? Tem a Arte ainda força pra concorrer com a religião em pé de igualdade quando se trata de preencher esse vazio?   Afinal as pessoas estão cada dia mais presos na roda da vida, ou seja, na roda capitalismo, tendo cada vez menos tempo pra se ater a Arte, porem isso não afeta tanto quem se apega numa religião, pois esta pessoa tem a convicção que a verdadeira vida boa está por vir, numa transcendência futura. Mas e o ateu? Como fica aquela pessoa que não pode mais ter o ócio para degustar da Arte, pois tem que fazer parte da roleta da vida, como fica essa pessoa que precisa viver a vida nela mesma, sendo que a formas de artes mais encontradas são as das massas, coisas que notoriamente são estúpidas. Como ficamos? 

*Paralaxe: Termo de Slavoj Zizek 
*Minoridade: Termo Kantiano. 

sábado, 16 de junho de 2012


Mais uma historinha de amor...              
Intrigado pelo verdadeiro sentido do amor um deus revolve ir à terra para conversar com um ser humano.
-deus: O que o amor e qual o seu sentido?
-Ser humano: Ah, essa é uma pergunta muito complexa, pois quem nunca viveu essa sensação não é capaz de falar e quem já viveu não tem audácia suficiente para esta empreitada.
-deus: Mas como saber quando se esta amando?
-Ser humano: É quando você concorda em revelar para alguém todas as suas fraquezas, confiando que essa tal pessoas não usará essas informações para te destruir.
-deus: Mas isso é estúpido, insano, uma ação verdadeiramente idiota e impensável. Realmente eu nunca faria algo assim, isso é inconcebível pra mim.
-Ser humano: Pois é, acho que você acabou de dar a melhor definição para o amor, pois quando se ama se faz coisas estúpidas, às vezes se torna idiota, pratica-se o impensável, tende-se a fazer coisas que nunca se faria em condições normais e termina colocando em dúvida a veracidade e existência do tal sentimento. Vendo por esse ângulo constata-se que realmente o amor é coisa de um ser imperfeito, ou seja, coisa de ser humano, pois por sermos fracos e incompletos temos a necessidade do outro e de seu afeto, e por não sermos nada oniscientes não conseguimos entender o que é verdadeiramente o amor e, somente por isso ele ainda é tão importante em nossas vidas.  

“Afinal o que querem as mulheres? Ou o querem os homens? O que um ou outro espera? São todas perguntas que são feitas e entendidas pela maioria como convenções indispensáveis para uma vida feliz, mesmo sendo tentativas na maioria das vezes frustradas. A questão é que não se deve entrar em desespero por tais infortúnios, afinal a vida não é mais do que uma sucessão de encontros que mesmo quando entendido como programados estão fadados a ser acidentais. Todas as ações humanas fazem parte de um fluxo caótico, portanto achar que os seus efeitos são ou serão cosmológicos, não passa de um simulacro da nossa percepção”.   

sexta-feira, 15 de junho de 2012


Diálogos noturnos!

Eu:
-Acho que a cada dia que passa e a cada novo livro,
Concordo com Sócrates: "só sei que nada sei"
O mundo hoje é dinâmico, a internet encurtou o espaço e o tempo,
Tudo é mais fútil mesmo, mas insignificante ao mesmo tempo em que é intenso.

Ela:
- É como eu disse, eu nasci na época errada, o que está acontecendo nesta é uma conseqüência de uma série de fatores, enfim...
Mas que não me pertencem...

Eu:
- Mas pertencem a sua época.
Concordo que não te constroem,
Você é diferente, mas como eu disse, seus valores vêm dos livros e moral que são antigas,
Não é a época que é errada, mas sim a nossa falta de tato de lidar com uma sociedade que se torna cada vez mais estúpida,
É como se faltasse essa peça pra gente.
Graças a "deus"
RS

Ela:
- hahahahahaha
Concordo com tudo!!!

Sabe quando você está brincando e de repente alguém coloca muitas regras na brincadeira, tornando tudo tão chato e triste? Então, a vida é assim, uma brincadeira cheia de regras colocadas não se sabe por quem e por qual motivo, transformando tudo num verdadeiro fluxo dolorido, que traz consigo essa sensação nostálgica de que algo está fora do lugar, tendo um grande risco de que você seja a peça mal colocada.  
Na idade média as pessoas cultas faziam parte da alta sociedade e, sempre se encontravam em grandes eventos para moldar os nossos costumes, enquanto os menos favorecidos intelectualmente viviam em casa ou em tabernas mais reservadas. Hoje em dia os realmente cultos vivem em casa, meio que se retraindo, enquanto a massa que é um tanto mais estúpida, não se faz de rogada e vive em grandes eventos moldando nosso novo jeito de ser. 
Segundo Freud a Arte é  um gozo, puro momento de prazer que temos em forma de recompensa por ter de entregar nossa liberdade em troca de segurança, ou melhor dizendo, por ter de rebaixar nossos quesitos intelectuais para podermos ter um melhor encaixe na sociedade, porém me pergunto o quão difícil é "dar essa gozada" nos dias atuais, pois a Arte em sua maioria está se tornando um tanto fútil.

sábado, 9 de junho de 2012


   “Acho que um dos problemas do mundo se encontra em pessoas que têm sonhos muito ambiciosos, enquanto outras não se dão a esse luxo, portanto é de ordem natural que tais ambiciosos busquem seus sonhos não se importando em destruir o próximo e, que as pessoas simples se retraiam na vida, não buscando seus desejos, sendo assim usadas como degrau para o sucesso de outros. Realmente isso é frustrante”. HFL